quarta-feira, 23 de março de 2011

Infância sem Racismo


Para participar da blogagem coletiva sobre Uma Infância sem Racismo, resolvi comentar 3 casos. Dois são públicos e recentes e o outro foi uma coisa que me aconteceu, quando eu estava na terceira série do ensino fundamental.

Então vamos começar em ordem cronológica.
Até a segunda série, eu estudei no período da tarde. Quando passei para a terceira, mudei para de manhã. Cheguei na sala de aula, era praticamente como mudar de colégio. Não conhecia ninguém. E já no primeiro dia comecei a conversar com a menina que sentava na minha frente, que era uma menina de vida mais humilde (que eu só vim a saber muitoooo tempo depois, eu não me ligava em nada disso, e criança não se liga mesmo, a menos que alguém lhe diga alguma coisa a respeito). E no primeiro dia foi a única que conversou comigo. Mas com o passar do tempo, comecei a fazer outras amizades e por questões de afinidade, me aproximei mais de outras pessoas e essa menina já não era mais minha melhor amiga, apesar de sempre conversar com ela e ter um carinho especial pela minha primeira amiguinha da turma da manhã, que ainda sentava na minha frente. Um dia, escreveram no quadro algumas coisas a respeito da menina, falando do fato dela ser "pobre" dizendo que ela era suja e mais ainda, falando da religião dela (ela era de uma igreja que não permite às mulheres cortar o cabelo, então, seus cabelos desciam abaixo da cintura, para uma menina de 9 anos!). Eu estudava num colégio que apesar de ser de freiras católicas, sempre respeitou todas as religiões, e aquilo não era aceitável. E quando a professora quis saber quem tinha feito isso, começou um diz-que-me-disse e acabou que nunca se soube quem era o (i)responsável. Mas depois, a menina passou a ser alvo de tantas brincadeiras e piadas e até mesmo porque não dizer, maus tratos, que ela até mudou de colégio. Não lembro o que aconteceu certa vez, mas a culpa caiu em mim e nas minhas amigas. Só lembro de ter me defendido, dizendo que eu gostava muito dela, e não me importava com a religião dela e nem se ela era pobre, porque quando eu mudei para de manhã ela foi a minha primeira amiga. Nunca mais nos falamos. Há muito tempo atrás, vi essa menina, já mulher, com seus enormes cabelos, vendendo cachorro quente num carrinho. Não sei se ela lembra de mim, mas eu não esqueço esses episódios, e mais ainda, penso no que ela sentiu...

O segundo e o terceiro casos são bem famosos.

O segundo é sobre o menino Tan Hong Ming, apaixonado pela Umi Qazerina. O vídeo diz que eles são de etnias diferentes. No final do vídeo, lê-se o comentário:
Nossas crianças não distinguem cores. Devemos tirar isso delas?
Quem ainda não viu, veja e preste atenção na expressão do menino. É um lindo vídeo.


E por último, o novo sucesso do Youtube, que é o garoto Casey Reynes, que durante anos sofreu o bullying por parte de seus colegas de escola, até que, não suportando mais, revidou e virou um herói. É realmente emocionante a entrevista com o menino.
E nos coloca frente a um novo termo: Bullying.


Eu acredito que a criança não nasce tendo preconceito contra esse ou aquele tipo de gente.
Não vejo na minha família preconceito contra nada nem ninguém. Temos tantas etnias diferentes em nosso sangue... Somos uma grande miscelânea de raças (estou falando de mim e dos meus filhos... meu marido só tem duas descendências, rsrsrsrs) e acho isso o máximo. Sempre brinco, quando falo meu nome completo, que tenho todas as origens possíveis e como só não tenho descendência francesa, minha mãe colocou meu nome de Ninon (francês) para não faltar nenhuma.

E quanto ao preconceito e o desrespeito quanto aos portadores de necessidades ou os deficientes, também quero deixar um vídeo postado, que vale mais do que tudo que já foi dito.


Espero ter feito um bom post. Confesso que não conseguia me inspirar, mesmo tendo lido tantas postagens tão bem escritas sobre o tema.

3 comentários:

  1. Eu já conhecia esses vídeos, muito legais, não?

    Acho muito importante nós como mães educarmos nossos filhos a serem mais humanos, e sempre se oporem ao preconceito e bullyng que estão crescendo tanto.

    Bjs
    Elaina
    http://www.vidademae.net/

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  2. Não importa se vc escreveu bem ou não o post, o q importa é que vc é consciente da educação e dos valores que deve passar aos seus filhos.

    Vc escreveu seu post principalmente com amor, relatando as suas experiências....

    beijo querida! to sempre por aqui...

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  3. sou negra, seguidora de uma religiao afro, casada com um judeu nascido em Israel, meu filho um Cabloco lindo (nao pq é meu filho. nao nego que sofri preconceitos e muitos, ate na familia, pois sou a unica negra de uma famila por parte de mae que é branca. Ensinamos desde cedo a nosso filho que o preconceito e intolerancia, so tras dor, ele entende, as vezes faz perguntas, e mostramos que nem todos sao iguais e que ele e nem ninguem tem o direito de julgar, hoje ele tem 12 anos, amado por quase todos na escola, e como diz a diretora:- uma cabeça incrivel para uma criança. Bjao

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