As histórias que vou contar hoje são, sem dúvidas, as mais difíceis que eu já contei aqui, pelas lembranças que me trazem e por pensar que posso ser vista como uma mãe negligente por duas vezes...
A primeira vez que Deus me permitiu continuar tendo meu filho em minha vida foi assim:
Era início de dezembro, um domingo, eu estava grávida da Natália de quase 5 meses e estava calor, mas não um calor daqueles, da gente quase derreter, da gente só pensar em cair numa piscina... não, estava um calor agradável. Na casa da minha mãe tem piscina, mas como eu disse, não estava um calor favorável para usa-lá, ainda mais as crianças. Eu, o Rodrigo, minha mãe e minha madrinha estavamos jogando tranca e meu pai estava atendendo as crianças, (Pedro, Rebeca e Ruth). A Rebeca e a Ruth estavam perturbando porque queriam ir na piscina, mas como o Pedro tinha 2 aninhos e já entendia muito bem o que era entrar na piscina, nós falávamos em códigos, para ele não começar a choradeira porque queria entrar. Aí ficou combinado que ninguém ia entrar na piscina naquele dia. Nós terminamos de jogar baralho e o Pedro estava com a roupa toda suja, então eu tirei a roupinha dele, para logo dar um banho nele. E ele ficou todo faceirinho pelado. Aí, eu estava sentada num sofá na cozinha, ao lado do Rodrigo, minha mãe tinha ido até a lavanderia e meu pai entrou em casa. E o Pedro estava por ali... sabe quando cada um pensa que o outro está olhando? E por um minuto ninguém estava olhando o Pedro. Então, um anjo soprou alguma coisa no ouvido do Rodrigo que o fez levantar do sofá e ir para a porta da cozinha. E ele só chegou ali, olhou pra fora e saiu gritando: "MEU DEUS, MEU DEUS!!!" Eu saí atrás dele, desesperada!! Naquele instante, eu já imaginei o Rodrigo tirando nosso filho sem vida da piscina. Eu só conseguia ter uma imagem na minha cabeça e ela era horrível. Eu não sei como eu consegui chegar até a piscina. Foi uma gritaria, um desespero. Quando aconteceu, eu não conseguia pensar em quanto tempo fazia que ninguém via ele por ali, na hora me pareceu que ele estava "sumido" por muito tempo. Quando eu cheguei ali, o Rodrigo já estava saindo com ele da água. E ele estava bem. Mas eu só queria ter ele nos meus braços, beijar, apertar e ter certeza de que estava tudo bem mesmo, apesar do susto. E foi um susto imenso. Eu fiquei horas e horas chorando, com ele no meu colo, agradecendo a Deus por não ter acontecido o pior. O Rodrigo contou que quando ele chegou na porta, ele viu o Pedro pular na água. Ele não caiu. Ele pulou. Ele sempre pulava, com boias, com a gente junto, e mesmo nós sempre dizendo que quando ele quisesse ir na piscina ele tinha que chamar a mamãe ou o papai e que nunca poderia entrar sozinho. Mas uma criança de 2 anos não lembra dessas coisas e ele simplesmente pulou. Mas graças a Deus, o Anjo da Guarda dele correu chamar o papai quando percebeu a intenção da criança e não aconteceu nada pior. Mas foi bem traumático, pelo menos para mim... porque ele, no dia seguinte já estava pedindo para ir na piscina. Na verdade, ele não chegou a se afogar, nem por um pouquinho, porque como o Rodrigo viu ele pular e na hora correu e pulou junto para pegá-lo, só deu tempo dele mergulhar e ser tirado da água. Ele só se assustou porque viu a gritaria e o desespero de todos nós. Mas até hoje eu agradeço ao Anjo da Guarda do Pedro e ao do Rodrigo por terem conseguido nos livrar desse mal.
O outro ocorrido foi na semana santa, neste ano.
Estávamos no apartamento da minha sogra, no terceiro andar. Na noite de sexta-feira santa, a Natália estava dormindo já fazia algumas horas. E como todas as noites, ela dava uma chorada, umas resmungadas e continuava dormindo. E assim foi, até que em determinado momento, eu resolvi dar uma olhada nela. Ela tinha descido da cama e estava dormindo em pé, só com a cabecinha no colchão. Peguei minha pequena que havia completado 1 aninho uma semana antes e coloquei-a de volta em seu lugar.
No dia seguinte, a mesma coisa... ela dormindo, começou a resmungar e choramingar. Eu não ia nem olhar, mas como na noite anterior ela tinha descido da cama e tal, eu fui até o quarto. Quase perdi o fôlego quando abri a porta... primeira coisa, é olhar na cama... não estava. Nem em volta da cama...
Acontece que a cama da minha sogra é afastada da janela e embaixo da janela, tem um armário grande e relativamente alto, que não tem como as crianças nem olharem pela janela... mas como a Natália não estava acostumada a dormir na cama, eu encostei uma cadeira entre a cama e o armário e coloquei uns travesseiros para ela não se bater. Como em Campo Mourão é muito quente, dormíamos com a janela aberta. Quando a Natália acordou, meio sonolenta, a única luz que ela via era a da rua, pela janela... e ela estava subindo na armário, já estava com as duas mãozinhas em cima da minha mala que estava em cima do armário. Esse armário, deve ter mais ou menos um metro e vinte de altura, então, com a cadeira e os travesseiros, ficou fácil subir... e ela estava indo em direção a claridade... não gosto nem de pensar no que teria acontecido se eu não tivesse ido olha-la. Me deu uma choradeira, um desespero quando eu peguei ela... parece que eu levei a vida toda para contornar a cama e segura-la antes que ela chegasse mais perto do perigo. Nossa páscoa foi dupla... agradecia a Deus constantemente por minha filha estar comigo.
Até hoje, essas duas histórias me assombram. No dia seguinte ao caso com o Pedro, meus pais mandaram colocar tela, em volta da área da piscina. E depois daquela noite com a Natália, todas as vezes que fomos na casa da minha sogra, a janela ficou aberta só em uma fresta bem pequena e toda amarrada, para não ter perigo nem de tentar abrir.
Como eu disse, essas duas histórias ainda me fazem tremer, me fazem sentir muito mal, mas também, me fazem agradecer mais uma vez a Deus, por não ter tirado meus filhos de mim. E eu juro que eu agradeço a Deus a cada abraço que eles me dão, a cada novo dia que amanhece e eu posso ver seus sorrisos lindos, seus cabelos descabelados e ver como eles estão crescendo... e se eu ainda posso pedir algo a Deus, é que por favor, mantenha-os sempre protegidos, e mesmo quando a nossa proteção humana falhar, que Deus nos permita ouvir seus anjos nos dizendo para ir até a porta ou até o quarto ao lado, ou onde quer que seja... só nos faça ouvir e atender... Obrigada infinitamente meu Deus, por tudo.
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ResponderExcluirMeu Deus, nem sei quantas vezes olhei pro Pedro é o vi dentro da piscina, só o topo da cabeça pra fora, não gosto de lembrar, me da arrepios...
ResponderExcluirDa Natália, não sei o que pensar, acho que porque eu não vi não fiquei traumatizado, mas me da medo quando eu vou la pra mãe...
amo os dois, são minha vida, um é meu coração o outro o cérebro, não sei o que seria de mim seu qualquer um deles...
amor, parabéns... obrigado por me tornar Pai, e ter me dado esses dois anjos.
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ResponderExcluirOi Ninom,
ResponderExcluira gente passa cada sufoco mesmo. Normalmente quando tem muita gente acontece de um achar que o outro está olhando e criança escapa da vista mesmo. Também já passei uns sustos que só de lembrar os meus olhos enchem d'água. Um foi na piscina com a minha mais velha e o outro foi na praia com a mais nova. Temo que agrdecer sempre a Deus por nos iluminar e despertar os instintos materno e paterno nessas horas.
beijos
Chris
http://inventandocomamamae.blogspot.com/
Os anjos da guarda existem!!!
ResponderExcluirE eles protegeram nossas queridas e amadas crianças, tendo alguém por perto nessas horas para socorrê-los. Deus é infinitamente bom e maravilhoso!
Essas coisas acontecem para nos mostrar que todo cuidado é pouco, em se tratando dos pequenos.
São experiências que guardaremos para o resto de nossas vidas.
E a janela aqui, sempre amarrada, só com uma fresta aberta.
Beijos.
Caramba, Ninon, estou aqui arrepiada só de imaginar... eu tenho verdadeiro pavor de piscina, ouvi histórias horríveis e sempre com a casa cheia... É aquilo sempre achamos que o outro está vigiando, graças a Deus o pior não aconteceu... eu por muito menos já me apavoro, imagino vc,amiga!
ResponderExcluirBjs e graças a Deus tudo ficou bem...