"A vida é como uma caixa de chocolates."
É, a vida é assim... começamos a semana de um jeito, terminamos de outro.
Há quase 6 anos, pouco antes do Pedro nascer, eu parei de trabalhar. Fiquei esse tempo cuidando da cria, vendo crescer, vendo aprender, vendo tudo o que eu podia ver, curtindo cada momento como se fosse único, o que na realidade é. Se nesses 6 anos eu me arrependo de alguma coisa, é de não ter fotografado mais, filmado mais, gravado com mais força na minha memória. Quisera eu ter a lembrança vívida de cada segundo destes 6 anos que, sem a menor sombra de dúvidas, foram os melhores da minha vida. Esse tempo passou, de um jeito ou de outro, eu em casa ou trabalhando. Graças a Deus estava em casa, pude ver os primeiros sorrisos, primeiros passos, palavras, engasgos e enganos, as melhores pérolas eu estava ali, registrando, anotando para poder rir outra vez quando quiser.
Mas como já parafraseei Forrest Gump no início, a vida é uma caixa de chocolates, você nunca sabe o que vai encontrar. E numa dessas encontrei que precisei voltar a trabalhar antes do planejado. E assim foi, 3 meses atrás, voltei ao mercado de trabalho. Comecei na Click Cópias. Uma oportunidade única, oferecida pela Jura que, além de vizinha de muitos anos, é uma amiga pra vida inteira. Foram 3 meses de trabalho cansativo e criativo, permeado por lágrimas e sorrisos, por pessoas agradáveis e desagradáveis, por diversão e por chatices também, como qualquer ambiente de trabalho. 3 meses que eu pude vivenciar a complexidade de uma máquina copiadora, aprender que muitas vezes, o que é velho é muito mais resistente e duradouro do que o novo, aprender muito sobre o capricho e a dedicação com que se deve conduzir um negócio, como se deve lidar com as pessoas, que essas sim, são infinitas vezes mais complexas que qualquer máquina, ainda mais quando se trata de pessoas completamente diferentes sendo "obrigadas" a conviver cerca de 9 horas por dia. Ter que responder todos os dias com "Tiramos" quando entrava um cliente numa copiadora e pergunta: "Vocês tiram 'xerox'?'". Vontade de dizer: "Não, só Cannon" (ali as máquinas são da Cannon, não da Xerox). Foram 3 meses que me fizeram valorizar muito mais as minhas chefes Jura e Cema, por ter, agora consciência do que elas passam todos os dias, pela dedicação que elas têm, pelo carinho e atenção que elas dedicam a todos os seus funcionários. Não disse só uma vez, mas várias, que tenho certeza que nem se eu trabalhasse com minha mãe eu seria tão bem acolhida e tão valorizada quanto fui com elas (não que minha mãe não fosse fazer, mas mãe é diferente, né rsrs). São pessoas que eu vou ter pra sempre no meu coração. Onde antes havia carinho e amizade, hoje existe também amor, admiração e gratidão, por me oferecerem um "teto", por me ensinarem tudo e depositarem tanta confiança e credibilidade em mim, mesmo sabendo que eu ficaria ali enquanto não aparecesse algo "melhor", algo na "minha área".
E eu não passei por tantas surpresas e mudanças sozinhas, levei comigo tantas pessoas: meus filhos, marido, minha mãe, pai e irmãos. As crianças foram obrigadas a sair de casa todos os dias cedo, ficar na vó e só ver a mãe, que antes era presença 24h, na hora do almoço e no fim da tarde e sempre cansada. Depois de um tempo a Natália começou a ir para a creche, chorou por mais de 3 semanas todos os dias (e eu também, mas ela nunca me viu chorar!!).
E eis que numa terça feira, assim de
repente, de surpresa, recebo uma ligação que mudaria tudo, mais uma vez. Uma
oferta de emprego, para ganhar um pouco menos, mas trabalhar menos horas por
dia, menos dias por semana. E agora eu estou me juntando a uma das classes
trabalhadoras mais importantes do mundo inteiro. E vou exercer a primeira
profissão que sonhamos ser quando somos crianças. E vou, a partir do dia 10 de
junho, ser professora! Vou atender numa creche, as crianças do berçário.
De um dia para o outro, eu que me vi longe dos meus filhos a maior
parte do tempo, ganhei a graça e a oportunidade de cuidar dos filhos de
mulheres que não tiveram e não têm o mesmo privilégio que eu. Desejo que Deus me
contemple com muita sabedoria e paciência, com muito amor e dedicação para essa
nova missão que se descortina a minha frente. E me ajude a só melhorar e
engrandecer a vida dessas crianças que me serão destinadas a cuidar por algumas
horas do dia.
E só para completar: a Natália foi transferida para a creche que
eu vou trabalhar. Para facilitar nossas vidas, já que os horários não seriam
compatíveis se ela continuasse na creche que estava. Sou muito grata a todas as
professoras que cuidaram dela neste tempo, foi muito amor e dedicação, eu
sei... fiquei com um nó na garganta em submete-la a mais uma mudança, ainda
mais que agora ela estava acostumada, bem feliz e evoluindo a olhos vistos
(precisam ver o caderninho de atividades que ela trouxe!! E ela só ficou um mês
lá!!). Mas como confio nas graças de Deus, sei que onde vamos, ela vai no
mínimo, manter esse ritmo.
Quero agradecer cada uma das pessoas que arquitetaram essas
mudanças em minha vida, que mexeram os pauzinhos por mim, que estão ao meu lado. Mas são tantas pessoas que
se eu citar e esquecer de uma estarei sendo muito ingrata. Então, cada um de vocês que
sabem o que fizeram e o que fazem, saibam que estarão eternamente em minhas orações.
E vamos lá, para a próxima caixa de bombons que abrirei...
(imagem daqui)
Estou muito feliz por você e com você, e desejo que nesta caixa de chocolate estejam presentes os melhores e mais deliciosos bombons, para adoçar cada dia mais as suas vidas! A minha querida e amada Mãe sempre dizia e eu sempre repito...Quem meus filhos beija, minha boca adoça!!! Amo vocês!!!
ResponderExcluirSério... meu olho encheu de água ao ler o seu post... estou no meu ultimo mês de licença maternidade.. e... ohhh céus, como eu queria poder ficar em casa com meus filhos!!! Mas a vida não permite (ou nossos "luxos" não nos permitem...) Sou professora e voltarei a trabalhar para cuidar do filho dos outros. NI... queria que você fosse a professora dos meus filhos!!!!
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